DOSSIÊ – República Federal Alemã

HISTÓRICO DA ALEMANHA

Sendo hoje a maior economia da Europa, a história da Alemanha foi marcada por grandes conflitos e divisões. O estado alemão nasceu em 1871 após o processo de unificação dos diversos territórios germânicos, dando origem ao Segundo Reich liderado por Otton von Bismark e marcado por uma administração autoritária. Após a Primeira Guerra Mundial, da qual a Alemanha saiu derrotada, o Segundo Reich foi substituído pela República de Weimar, cujas bases eram democráticas (LIBRARY OF CONGRESS, 2012)
Contudo, devido às grandes perdas sofridas com a Primeira Guerra Mundial, muitos alemães acreditavam que a Alemanha havia sido humilhada pelos países vencedores e um sentimento de vergonha e revolta era crescente. O clima de instabilidade interna e os problemas sociais gerados pela pobreza e pelo desemprego propiciaram a ascensão de um novo tipo de governo, marcado por defender uma corrente de pensamento de extrema direita na Alemanha, o nazismo, que defendia a expansão militar do país, a conquista de todos os territórios que possuíssem grupos germânicos, a extinção de outras etnias e a formação de uma “Grande Alemanha”, subjugando os demais países ao seu poder militar. Esse período é denominado de Terceiro Reich e foi liderado por Adolf Hitler (LIBRARY OF CONGRESS, 2012).
As pretensões militares alemãs e a agressão a vários países europeus despertaram a preocupação da Grã-Bretanha e da França, que declararam guerra ao país. Posteriormente, os EUA e a URSS também entraram em guerra contra a Alemanha, gerando novamente um conflito de alcance mundial. A Alemanha também saiu derrotada desta guerra e o país acabou sendo dividido em dois: República Federal da Alemanha (ou Alemanha Ocidental) e República Democrática da Alemanha (ou Alemanha Oriental), aliadas ao bloco capitalista e socialista, respectivamente, e separadas pelo Muro de Berlim que, por sua vez, foi derrubado em 1989, abrindo espaço para uma nova reintegração do território alemão (LIBRARY OF CONGRESS, 2012).
Após tantos conflitos e divisões, a Alemanha passou a se desenvolver rapidamente como um Estado único e recuperou o reconhecimento internacional, sendo hoje uma das maiores potências econômicas mundiais e membro de várias organizações internacionais, com destaque especial para a União Europeia, da qual é hoje, sem dúvida, uma das maiores líderes (THE WORLD FACTBOOK, 2012).

TAMANHO DO TERRITÓRIO

357.022 quilômetros quadrados

POPULAÇÃO

81.305.856, segundo os dados obtidos até julho de 2011.

PIB

3,085 trilhões de dólares, segundo dados obtidos até 2011.

PIB PER CAPITA

37,900 dólares, conforme dados obtidos em 2011.

CONTINENTE

Europa

NOME DO PRESIDENTE OU CHEFE DE ESTADO

O chefe do estado alemão é o presidente Joachim Gauck e a chefe do governo é a chanceler Angela Merkel.


REGIME DE GOVERNO E SISTEMA DE GOVERNO

A Alemanha é uma república federativa parlamentarista, tendo seu presidente eleito por uma Convenção Federal e seu chanceler eleito por outra Convenção que não possui o mesmo peso da Federal.

ÍNDICE DE ESCOLARIDADE

99% da população a partir de 15 anos sabe ler e escrever.

EXPECTATIVA DE VIDA

80,19 anos

IDH

0, 905 (9ª posição em 2011)

A ALEMANHA E O G20

Tradicionalmente, a Alemanha defende a regulamentação mais rígida dos mercados e a ideia de que, junto com tal regulamentação, a ação do Estado também pode contribuir para a garantia da liquidez internacional. Deste modo, o governo alemão anuncia que a solução para a crise internacional é, dentre outros fatores, a reformulação do sistema bancário e, por isso, busca promover articulações com o Banco Mundial, o FMI e também com bancos regionais a fim de averiguar o papel que tais instituições poderiam desempenhar na solução da crise. Neste sentido, a Alemanha defende a ideia de que os sistemas de regulação bancária internos necessitam passar por modificações. Assim como a França, o governo alemão também defende a criação de um imposto global sobre as transações financeiras e vê nesta proposta uma alternativa para que se possa reduzir a especulação internacional, bem como um fundo de emergência para os bancos que precisarem futuramente (RAMOS et al, 2011).
Angela Merkel, chanceler alemã, defende a ideia de que todos os membros do G20 devem agir conjuntamente a fim de que uma solução para a crise internacional seja encontrada de forma rápida e que seja também eficaz, estabelecendo, assim, um mercado financeiro global sustentável.
A Alemanha, assim como outros países, se comprometeu a garantir o funcionamento de medidas automáticas próprias de estabilização – tais como alterações na taxa de juros – e a adotar outras medidas de apoio à demanda doméstica, caso seja necessário (WASSERMANN, 2011).
Uma das principais divergências entre França e Alemanha que podem ser citadas refere-se ao financiamento para os países europeus mais afetados pela crise. A Alemanha, diferente da França, não é favorável ao uso das reservas do Banco Central Europeu para este fim, principalmente porque se preocupa com seus investidores e porque não irá apoiar estes países que adotaram políticas no passado que o governo alemão nunca apoiou. Deste modo, a Alemanha defende que a recuperação econômica destes países é um interesse muito mais dos governos nacionais do que propriamente do Banco Central Europeu (FLANDERS, 2011).
Espera-se para a Reunião em Los Cabos, que a líder alemã continue firme em seu posicionamento de defesa da responsabilidade fiscal de cada nação e de adoção de políticas de austeridade. Contudo, é possível notar no cenário internacional uma possível insatisfação com a dura posição de austeridade fiscal da Alemanha, sendo essa insatisfação tendo sido reforçada pela vitória da François Hollande nas eleições da França ocorrida recentemente. Com esse fato, o governo francês que era praticamente o único que ainda apoiava o posicionamento alemão, passou a defender medidas econômicas expansionistas que valorizam mais o crescimento aliado ao bem-estar social. Logo, também é possível que Angela Merkel possa entrar em um acordo com os países do G20 e com instituições financeiras de modo a flexibilizar mais as medidas de combate a crise.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

FLANDERS, Stephanie. Wainting game for euro crisis. BBC, Londres, 21 out. 2011. Disponível em: . Acesso em: 12 mar. 2012.

International Human Development Indicators. Disponível em: . Acesso em: 28 jun. 2012.

Library of Congress. Disponível em: . Acesso em: 28 jun. 2012.

_______________________. Disponível em: . Acesso em: 28 jun. 2012.

RAMOS, Leonardo; VADELL, Javier; SAGGIORO, Ana; FERNANDES, Márcia. G-20: formação, evolução e posição de Estados Unidos, China, Alemanha e Brasil. Conjuntura Internacional. Belo Horizonte, ano 8, n. 13, out. 2011. Disponível em: . Acesso em: 12 mar. 2012.

The World Factbook. Central Intelligence Agency, 2011. Disponível em: . Acesso em: 28 jun. 2012.

WASSERMANN, Rogerio. Documento do G20 cita “solidez” de finanças públicas brasileiras. BBC Brasil, São Paulo, 04 nov. 2011. Disponível em: . Acesso em: 13 mar. 2012.

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